Todas as viagens de ônibus são muito ruins. A menos que você tenha uma das melhores transas da sua vida no caminho, aí já é outra história. Eu estava viajando para o Rio de Janeiro para passar o fim de ano com amigos, mas, claro, estava com a grana curta, então tive que trocar a ponte aérea por um acento em uma viagem noturna de ônibus.
Eu estava preparada para dormir noite adentro para chegar ao Rio renovada e pronta para encarar uma praia. Mas meus planos mudaram logo na fila para entrar no ônibus, quando notei um par de braços fortes, contraídos, duas pessoas à minha frente. Reparei também na voz grossa do rapaz barbudo agradecendo o motorista e sorrindo com aqueles dentes mais brancos do que propaganda de pasta de dente.